quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Prefácio

Os problemas relacionados com as diversas disfunções resultantes da alimentação adquiriram, na nossa sociedade, nos últimos tempos uma relevância notável, tendo em conta entre outros factoresa imensa diversidade de produtos alimentares postos à disposição do consumidor, cujos objectivos não são promover uma alimentação saudável, mas meramente económicos.Devido a este facto, têm aumentado as doêncas relacionadas com a alimentação, tais como: diabetes, hipertenção arterial e obesidade. Também relacionado com a alimentação, mas de origem diversa estão a bulimia e a anorexia.

Tanto num caso como noutro os meios de comunicação social, principalmente a televisão, têm exercido e continuam a exercer um papel decisivo, a maior parte das vezes negativamente,através de uma publicidade nociva, quer a produtos prejudiciais à saúde, quer apresentando modelos estereotipados de magreza excessiva.
Neste blogue apresenta-se as doenças acima referidas, as causas, os sintomas, assim como a forma de as prevenir e de as tratar.

Bulimia Nervosa


O que é

Na bulimia nervosa, as pessoas ingerem grandes quantidades de alimentos (episódios de comer compulsivo ou episódios bulímicos) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vómitos auto-induzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar. Diferentemente da anorexia nervosa, na bulimia não há perda de peso, e assim, médicos e familiares têm dificuldade em detectar o problema. A doença ocorre mais frequentemente em mulheres jovens, embora possa ocorrer mais raramente em homens e mulheres com mais idade.

Sintomas

Ingestão compulsiva e exagerada de alimentos. Vómitos auto-induzidos, uso de laxantes e diuréticos para evitar ganho de peso. Alimentação excessiva, sem aumento proporcional do peso corporal. Depressão. Obsessão por exercícios físicos. Comer em segredo ou escondido dos outros.
Complicações médicas: inflamação na garganta (inflamação do tecido que reveste o esófago pelos efeitos do vómito); face inchada e dolorida (inflamação nas glândulas salivares); cáries dentárias; desidratação; desequilíbrio electrolítico; vómitos com sangue; dores musculares e câimbras.

Causas

Assim como na anorexia, a bulimia nervosa é uma síndrome multideterminada por uma mistura de factores biológicos, psicológicos, familiares e culturais. A ênfase cultural na aparência física pode ter um papel importante. Problemas familiares, baixa auto-estima e conflitos de identidade também são factores envolvidos no desencadeamento desses quadros.

Como se desenvolve

Muitas vezes, leva tempo para se perceber que alguém tem bulimia nervosa. A característica principal é o episódio de comer compulsivo, acompanhado por uma sensação de falta de controlo sobre o acto e, às vezes, feito secretamente. Os comportamentos direccionados a controle de peso incluem jejum, vómitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos, e exercícios físicos extenuantes. O diagnóstico de bulimia nervosa requer episódios com uma frequência mínima de duas vezes por semana, em pelo menos três meses. A fobia de engordar é o sentimento motivador de todo o quadro. Esses episódios de comer compulsivo, seguidos de métodos compensatórios, podem permanecer escondidos da família por muito tempo.

A bulimia nervosa atinge adolescentes um pouco mais velhas, em torno dos 17 anos. Pessoas com bulimia têm vergonha dos seus sintomas, portanto, evitam comer em público e evitam lugares como praias e piscinas onde precisam de mostrar o corpo. À medida que a doença se vai desenvolvendo, essas pessoas só se interessam por assuntos relacionados com a comida, peso e forma corporal.

Tratamento

A abordagem multidisciplinar é a mais adequada no tratamento da bulimia nervosa e inclui psicoterapia individual ou em grupo, farmacoterapia e abordagem nutricional em nível ambulatorial. As técnicas cognitivo-comportamentais têm-se mostrado eficazes. As medicações anti depressivas também se têm mostrado eficazes no controle dos episódios bulímicos. A abordagem nutricional visa estabelecer um hábito alimentar mais saudável, eliminando o ciclo "compulsão alimentar/purgação/jejum". A orientação e/ou terapia familiar é necessária uma vez que a família desempenha um papel muito importante na recuperação do paciente.

Prevenção

Uma diminuição na ênfase da aparência física, tanto no aspecto cultural como familiar, pode eventualmente reduzir a incidência desses quadros. É importante fornecer informações a respeito dos riscos de regimes rigorosos para obtenção de uma silhueta "ideal", já que eles desempenham um papel fundamental no desencadeamento dos transtornos alimentares.

Anorexia

Anorécticas são pessoas que sofrem de Anorexia nervosa. As anorécticas, muitas vezes, unem-se em grupos para se apoiarem umas às outras e não deixarem nenhuma do grupo comer, ou quebrar o ciclo vicioso da anorexia. Elas denominam-se de Ana. Essas pessoas também podem contrair a Bulimia.

O que é

Essencialmente, é o comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter o seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para a sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver-se como "gordo". Apesar de as pessoas em volta notarem que o paciente está abaixo do peso, que está magro ou muito magro, o paciente insiste em negar, em emagrecer e perder mais peso. O funcionamento mental de uma forma geral está preservado, excepto quanto à imagem que tem de si mesmo e ao comportamento irracional de emagrecimento.

O paciente anoréctico costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta, é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vómito, jejuar, tomar diuréticos e usar laxantes.

Aos olhos de quem não conhece o problema é estranho como alguém "normal" pode considerar-se acima do peso estando muito abaixo. Não há explicação para o fenómeno, mas deve ser levado muito a sério pois 10% dos casos que requerem internamento para tratamento (em hospital geral) morrem por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes sanguíneos.

Como é o paciente com anorexia

O paciente anoréctico só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera o seu comportamento errado, até se recusa a ir ao especialista ou tomar medicações. Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos, colegas e familiares que deve perder peso apesar da sua magreza.

No início, as pessoas podem até achar que é uma brincadeira, mas a contínua perda de peso apesar da insistência dos outros em convencer o paciente do contrário, faz soar o alarme. Aí os familiares assustam-se e recorrem ao profissional da saúde mental.

Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser apanhados a comer às escondidas. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico, embora seja uma atitude suspeita.

Depois de recuperado, o próprio paciente, já com o seu peso restabelecido e com a recordação de tudo que se passou, não sabe explicar, porque insistia em perder peso. Na maioria das vezes, prefere não tocar no assunto, mas o facto é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Essa constatação, no entanto, não garante que o episódio não volte a acontecer.

Depois de recuperados, esses pacientes retornam a sua rotina podendo inclusive ficar acima do peso.

Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios, os pacientes comem descontroladamente até não aguentarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes, a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vómito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.

Qual o percurso dessa patologia

A idade média em que surge o problema são os 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente, começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso.

Não temos, por enquanto, meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: a sua reincidência é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida, mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. O internamento para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.


Sobre quem a anorexia costuma incidir

As mulheres são largamente mais atingidas pela anorexia, entre 90 e 95% dos casos são mulheres. A faixa etária mais comum é a dos adultos jovens e adolescentes podendo atingir até a infância, o que é bem menos comum. A anorexia é especialmente mais grave na fase de crescimento, porque pode comprometer o ganho esperado para a pessoa, resultando numa estatura menor do que a que seria alcançada caso não houvesse anorexia. Na fase de crescimento há uma necessidade maior de ganho calórico: se isso não é obtido a pessoa cresce menos do que cresceria com a alimentação normal.

Caso o episódio dure poucos meses o crescimento pode ser compensado. Sendo muito prolongado impedirá o alcance da altura geneticamente determinada. Na população geral a anorexia atinge aproximadamente 0,5%, mas suspeita-se que nos últimos anos o número de casos de anorexia venha a aumentar. Ainda é cedo para se afirmar que isto se deva ao modelo de mulher magra como o mais atraente, divulgado pelos meios de comunicação social, esta hipótese está a ser extensivamente pesquisada. Para se confirmar se a incidência está a crescer são necessários anos de estudo e acompanhamento da incidência, o que significa um procedimento caro e demorado.

Só depois de se confirmar que o índice de anorexia está a aumentar é que se poderá pesquisar as possíveis causas envolvidas. Até bem pouco tempo acreditava-se que a anorexia acontecia mais nas sociedades industrializadas. Na verdade houve falta de estudos nas sociedades em desenvolvimento. Os primeiros estudos nesse sentido começaram a ser feitos recentemente e constatou-se que a anorexia está presente também nas populações desfavorecidas e isoladas das propagandas do corpo magro.

Tratamento

O tratamento da anorexia continua a ser difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correcta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto, as medicações têm sido paliativas. As mais recomendadas são os anti-depressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso).

Os anti-depressivos inibidores da receptação da serotonina (hormona do humor) têm sido estudados, mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer.
As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo, ou em família, essa indicação dependerá do profissional responsável.

Por enquanto, não há uma técnica especialmente eficaz. Forçar a alimentação não deve ser feito de forma rotineira. Só quando o nível de desnutrição é ameaçador. Forçar alimentação significa internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica. Geralmente, quando se chega a isso torna-se necessário também amarrar o paciente na cama para que ele não retire a sonda.

Anorexígeno

Anorexígeno é um medicamento à base de anfetamina, com a finalidade de induzir a anorexia - aversão ao alimento, falta de apetite, ou seja, são os famosos remédios para emagrecer, os seus efeitos colaterais dependem do organismo de quem os usa e do tempo que são usados.

Anorexia nervosa

A anorexia nervosa é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar (caracterizando em baixo peso corporal) e stress físico. A anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. Uma pessoa com anorexia nervosa é chamada de anoréxica ou anoréctica.
Uma pessoa anoréxica pode ser também bulímica. A anorexia nervosa afecta primariamente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres, mas também afecta alguns rapazes. No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos, poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dismorfia, dificuldade em ser aceite pelo grupo, ou em lidar com a sexualidade genital emergente, especialmente se houver um quadro neurótico (particularmente do tipo obsessivo-compulsivo) ou história de abuso sexual ou de buling.

Definição clínica

Os seguintes indicadores ou sintomas sugerem diagnóstico clínico de anorexia:
Peso corporal em 85% ou raquielum peso abaixo do normal. Comumente, anoréxicos vêem peso onde não existe, ou seja, o anoréxico pensa que tem um peso acima do normal.

Negação quando questionado sobre o transtorno.
Em pessoas do sexo feminino, ausência de ao menos três ou mais menstruações. A anorexia nervosa pode causar sérios danos ao sistema reprodutor feminino.

Outros sintomas e perigos incluem:

Diminuição ou ausência da líbido; nos rapazes poderá ocorrer impotência e dificuldade em atingir a maturação sexual completa, tanto a nível físico como emocional.
Crescimento retardado ou até paragem do mesmo, com a resultante malformação do esqueleto (pernas e braços curtos em relação ao tronco).

Descalcificação dos dentes; cárie dentária.
Depressão profunda.
Tendências suicidas.
Bulimia, que pode desenvolver-se posteriormente em pessoas anoréxicas.
Obstipação grave.
Danos intestinais, quando o anoréxico faz uso excessivo de laxantes.
Danos no rim, quando o anoréctico faz uso excessivo de diuréticos.
Anemia, devido ao baixo nível de ferro.
  • Osteoporose, devido ao baixo nível de cálcio para o intestino absorver.
  • Deficiências no sistema endócrino, que levam à parada do ciclo menstrual em mulheres.
  • Lábios muito secos.
  • Pobre circulação do sangue, resultando em cor roxa nas extremidades.
  • Dores de cabeça.
  • Acumulação de fluidos no calcanhar durante o dia e em torno dos olhos durante a noite.

A anorexia possui um índice de mortalidade entre 15 a 20%, o maior entre os transtornos psicológicos, geralmente matando por ataque cardíaco, devido à falta de potássio ou sódio (que ajudam a controlar o ritmo normal do coração). Pode ser causada por distúrbio da auto-estima.

Causas e grupos de risco

A anorexia nervosa afecta muito mais pessoas jovens (entre 15 a 25 anos), e do sexo feminino (95% dos casos ocorrem em mulheres).

Muitos especialistas acreditam que a influência dos meios de comunicação social é a principal (mas não a única) causa de transtornos alimentares. Isto porque os meios de comunicação social muitas vezes (mas não sempre) impõe o estereótipo em que a magreza é um factor importantíssimo, senão indispensável, para o sucesso social e económicos de uma pessoa, desde redes de televisão até filmes e revistas. Tal influência é bastante negativa em crianças e adolescentes, cuja personalidade está em formação, e casos de meninas anoréxicas entre 11 e 14 anos existem com relativa frequência.

A anorexia nervosa foi pouco discutida na cobertura jornalística da morte de algumas pessoas que morreram justamente devido a complicações da doença, como Karen Carpenter e Terri Schiavo e Ana Carolina Reston.

Pessoas que passaram por eventos traumáticos anteriormente, como rejeição familiar ou abuso físico e/ou sexual, também possuem um maior risco de serem anoréxicas.
Pessoas com certas profissões, como atletas, bailarinos, dançarinos, ginastas ou modelos, podem decidir por diminuir o seu peso, possivelmente resultando num transtorno alimentar. O perfeccionismo também é um factor de risco.

Tratamento

A anorexia nervosa, por ser uma doença com raízes psicológicas, é difícil de ser tratada e curada. Uma vez diagnosticada, a anoréxica passa por terapia individual, terapia em grupo e terapia familiar, em casos leves e moderados. Punições contra recaídas geralmente são pouco efectivas, uma vez que o objectivo do anoréxico é emagrecer a todo custo. A força de vontade do anoréctico em tratar-se é importante, mas como a negação do problema é frequente, médicos, terapeutas e familiares precisam de ser pacientes enquanto motivam e apoiam o anoréxico na sua recuperação. Paciência, diálogo e motivação são essenciais no tratamento contra a anorexia.

Hipertensão Arterial

Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos. Destes, apenas metade tem conhecimento de que tem pressão arterial elevada, apenas um quarto está medicado e apenas 16 por cento estão controlados.

Hoje sabe-se que a adopção de um estilo de vida saudável pode prevenir o aparecimento da doença e que a sua detecção e acompanhamento precoces podem reduzir o risco de incidência de doença cardiovascular.

Designam-se de hipertensão arterial todas as situações em que se verificam valores de tensão arterial aumentados. Para esta caracterização, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mm Hg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mm Hg.

Com frequência, apenas um dos valores surge alterado. Quando os valores da “máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial sistólica; quando apenas os valores da “mínima” se encontram elevados, o doente sofre de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais frequente em idades avançadas.

A hipertensão arterial é um reconhecido factor de risco das doenças cardiovasculares.

Causas

Na maior parte dos casos (90 por cento), não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora em algumas situações seja possível encontrar uma doença associada que é a verdadeira causa da hipertensão arterial. Por exemplo: a apneia do sono, a doença renal crónica, o hiperaldosteronismo primário, a hipertensão renovascular, a síndroma de Cushing ou terapêutica esteróide, a feocromocitoma, a coarctação da aorta ou a doença tiroideia e parasitologia.

A hereditariedade e a idade são dois factores a ter também em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver hipertensão arterial. Cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos são hipertensas, sendo este o grupo em que a hipertensão sistólica isolada é mais frequente.

Factores de risco

  • Obesidade;
  • Consumo exagerado de sal e de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Má alimentação;
  • Tabagismo;
  • Stress.

Prevenção

A adopção de um estilo de vida saudável constitui a melhor forma de prevenir a ocorrência de hipertensão arterial.

Entre os hábitos de vida saudável sublinha-se a importância de:

  • Redução da ingestão de sal na alimentação;
  • Preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas;
  • Prática regular de exercício físico;
  • Consumo moderado do álcool (um máximo de 30 ml etanol/dia nos homens e 15 ml/dia para as mulheres);
  • Cessação do hábito de fumar;
  • No caso dos indivíduos obesos é aconselhável uma redução de peso.

A ausência de quaisquer sintomas durante a fase inicial da doença faz da medição regular da tensão arterial um hábito a seguir. Todos os adultos, em particular os obesos, os diabéticos e os fumadores ou com história de doença cardiovascular na família, devem medir a sua pressão arterial pelo menos uma vez por ano.

Sintomas (associados à doença)

Regra geral, nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à excepção de valores tencionais elevados, os quais se detectam através da medição da pressão arterial.

Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo, manifestar-se através de sinais como a ocorrência de cefaleias, tonturas ou um mal-estar vago e difuso, que são comuns a muitas outras doenças.

Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários.

Diagnóstico da doença

O diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal. Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de doença. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, três avaliações seriadas.

Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a pressão arterial num adulto pode variar devido a factores como o esforço físico ou o stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofre de hipertensão arterial.

Formas de tratamento

Não há uma cura para a hipertensão arterial. Contudo, apesar de ser uma doença crónica, na maioria dos casos é controlável.

A adopção de um estilo de vida saudável proporciona geralmente uma descida significativa da pressão arterial.

A diminuição do consumo do sal reduz a pressão arterial em grande número de hipertensos.

A prática regular de exercício físico pode reduzir significativamente a pressão arterial.

O exercício escolhido deve compreender movimentos cíclicos (marcha, corrida, natação ou dança são boas escolhas). Mas os hipertensos devem evitar actividades que aumentem a pressão arterial durante o esforço, como levantar pesos, por exemplo.

Se algum tempo depois de ter posto em prática estas medidas não tiver registado uma descida adequada da pressão arterial, torna-se necessário recorrer ao tratamento farmacológico. Convém sublinhar que os medicamentos não curam a hipertensão arterial, apenas ajudam a controlar a doença. Por isso, uma vez iniciado o tratamento, ele deverá ser, em princípio, mantido ao longo de toda a vida.

Felizmente, já existem muitos medicamentos eficazes na redução da pressão arterial. Compete ao médico decidir qual o fármaco mais apropriado para iniciar o tratamento. Em alguns casos, não basta apenas um fármaco, sendo necessária uma medicação combinada. Noutros casos, os doentes não toleram a medicação indicada, pelo que devem contactar novamente o médico para que ele a substitua por outra.

Diabetes


A diabetes mellitus é um síndrome caracterizado por hiperglicémia crónica, ou seja, o nível de açúcar no sangue (glicemia) está aumentado para lá dos valores normais, devido a uma perturbação no funcionamento da hormona insulina.

A INSULINA

A identificação da insulina é, sem sombra de dúvida, uma das mais importantes descobertas da medicina moderna. Foi em 11 de Janeiro de 1922 que pela primeira vez um jovem diabético pôde ultrapassar o estado de coma graças à insulina. Desde então são incontáveis os doentes que a insulina salvou da morte.

A fórmula da insulina foi estabelecida em 1956 e a sua síntese química foi realizada em 1965 por equipas de investigadores americanos e chineses. A insulina que actualmente é utilizada no tratamento da diabetes é proveniente do pâncreas de boi ou de porco. Devemos lembrar que, desde 1978, se consegue, mediante certas manipulações genéticas, que determinados micróbios produzam insulina humana.
Cabe acrescentar, por último, que actualmente se tenta tratar a diabetes mediante a implantação cirúrgica de ilhéus de Langerhans.

Normalmente, o que a insulina faz é facilitar a entrada da glicose que está em circulação nas células que a vão utilizar na produção de energia para o seu funcionamento. Se a insulina não existe ou não funciona, a glicose mantém-se no sangue e dá hiperglicémia.
Esta perturbação tem 2 formas distintas e por isso há 2 tipos de diabetes: tipo I, que se chama vulgarmente diabetes insulino-dependentes e tipo II, que se chama vulgarmente diabetes não-insulino-dependentes.

TIPOS DE DIABETES

Na diabetes tipo I há uma falta de insulina, de forma que o funcionamento normal da insulina não acontece. A causa para a falta de insulina é uma lesão nas células do pâncreas que a produzem: as células b dos ilhéus de Langerhans. Geralmente, essa lesão dá-se, porque o sistema imunitário do indivíduo reage contra essas células, destruindo-as.

Na diabetes tipo II o que acontece é que as células não respondem ou respondem mal à insulina, diz-se que têm resistência à insulina. Geralmente existe uma predisposição genética para essa resistência (por isso é que é mais provável desenvolver diabetes se tiver um ou mais diabéticos na família). A obesidade é outro factor que facilita o desenvolvimento de resistência à insulina.

COMPLICAÇÕES

A glicose em excesso no sangue faz com que se formem agregados deste açúcar que são tóxicos para as células e faz com que as proteínas se liguem também a esses açúcares prejudicando o seu funcionamento normal. Assim, vão existir várias complicações a nível de vários órgãos, nomeadamente nos vasos e nos nervos.

O diabético tem alterações vasculares no rim, que podem levar a insuficiência renal, e na retina, que podem levar à cegueira, e tem tendência aumentada para a aterosclerose, ou seja, a doença dos vasos que faz com que eles fiquem mais estreitos e dá origem a enfartes de vários órgãos, desde o coração até ao cérebro (AVC isquémico).

O diabético tem também alterações dos nervos e deixa de sentir a maior parte das dores (pode não se aperceber que teve um enfarte do miocárdio, por exemplo). A complicação mais frequente desta alteração nervosa é o “pé-diabético”. O que acontece é que o diabético não sente os traumatismos no pé e pode andar com feridas enormes sem dar por isso. As feridas infectam e têm dificuldade em cicatrizar e muitas vezes é necessário proceder a amputações para que a infecção não chegue ao sangue (septicemia) e provoque a morte (por choque séptico).

Complicações crónicas

As complicações crónicas da diabetes mellitus são, em grande parte, evitadas ou atenuadas mediante um tratamento adequando da doença.

Complicações arteriais

O coração é o principal órgão lesionado e a obstrução de uma das suas artérias dá origem a um enfarte de miocárdio.

Microangiopatia diabética

Afecta os vasos de pequeno calibre e é responsável pelas lesões do rim e da retina, que costumam aparecer ao fim de 10 ou 15 anos depois do início do processo diabético.

A afecção do sistema nervoso

Conhecida como neuropatia diabética, um ou vários nervos poderão ser atacados, devido principalmente à falta de insulina que um nervo sofre e à acumulação de glicose, que chega a alterar a sua estrutura.

Complicações oculares

As duas complicações oculares que ameaçam o diabético, fora a lesão da retina, são a catarata, muito rara nos jovens, e o glaucoma.

Infecções

No diabético há uma diminuição das defesas naturais. As infecções mais frequentes são a urinária, a da pele e a tuberculosa.

TRATAMENTO:

A diabetes trata-se de 2 formas:

• Com anti diabéticos orais
• Com insulina injectável

Geralmente, os diabéticos tipo I têm pouca insulina e por isso têm de tomar insulina injectável desde muito novos, mas pode haver durante algum tempo insulina suficiente de forma que nessa altura ainda não são insulino-dependentes.

Os diabéticos tipo II costumam ter insulina suficiente, por isso não precisam de tomar insulina, mas ela não funciona, por isso, dão-se os anti diabéticos orais que o que fazem é facilitar a acção da insulina nas células. Mais tarde, o pâncreas destes diabéticos também pode começar a não funcionar bem e aí já é preciso dar insulina também e aí deixam de ser não-insulino-dependentes.

Obesidade

Na maioria dos países industrializados são abundantes os casos de obesidade, a ponto de hoje ser reconhecida como um problema de saúde pública. Calcula-se que entre 40% a 50% dos adultos que vivem nas cidades dos países tecnicamente avançados sejam obesos.
O armazenamento da gordura no corpo foi um mecanismo útil para a sobrevivência da espécie humana, mas hoje ameaça milhões de pessoas. A obesidade não é só um problema dos países ricos nem das classes ricas.

Teoricamente, sempre que houver uma ingestão de calorias (através dos alimentos) maior do que o gasto energético, haverá acumulação de calorias na forma de gordura. O corpo humano armazena estas calorias extras nas células do panículo adiposo (camada adiposa subcutânea)
A conversão em gordura desse excedente verifica-se, porque metabolicamente é o meio mais eficaz: a molécula de triacilglicerídeo (designação bioquímica das gorduras) contêm mais que o dobro de calorias no mesmo peso do que nas formas de carboidrato ou proteína: essa diferença chega à proporção de nove contra quatro.

Efeitos à saúde

O excesso de gordura repercute-se de forma negativa em todos os sistemas do organismo. A obesidade é uma causa determinante de doenças graves como a diabetes, também são frequentes os problemas respiratórios, devido à pressão que o acumulação de gordura no abdómen exerce não só sobre a cavidade abdominal como sobre a caixa torácica, dificultando a respiração. Os ossos e os músculos, principalmente os das costas, também são afectados pelo esforço adicional exigido para suportar o excesso de peso.

Além disso, a obesidade influi principalmente no funcionamento do sistema cardiovascular. Elevados níveis de gordura no sangue depositam-se nas artérias, dificultando a irrigação sanguínea, e tornam os vasos rígidos, o que eleva à pressão arterial. A obesidade também causa intenso desgaste do coração, que trabalha mais do que o normal para impulsionar o sangue através de vasos sanguíneos cada vez mais estreitos e rígidos. Outra complicação é as infecções cutâneas produzidas pelo suor e o atrito das dobras da pele.

Medidas

O peso isolado não é um bom indicador de obesidade, já que isto vai depender também da sua relação com a altura do indivíduo examinado. Para se determinar o grau de obesidade é utilizado um padrão, chamado IMC (Índice de Massa Corporal). O IMC é o resultado obtido quando se divide a massa [o popular "peso"] (em quilos) pelo quadrado da altura (em metros). O seu resultado é dado em "kg/m² ".

IMC = Massa / (Altura)2

O IMC normal vai de 18 a 24,9 kg/m². Abaixo de 18 é considerado muito magro, entre 25 e 29,9 é a faixa do sobrepeso. De 30 a 34,9 é obesidade grau I, de 35 a 39,9 é obesidade grau II e acima de 40 é obesidade grau III ou obesidade mórbida. Acima de 50 é chamado de super obesidade. Acima de 60 vem a super - super obesidade.

Obesidade Mórbida

A obesidade mórbida é definida por um aumento de peso muito maior do que o normal e, de um modo geral, vem acompanhada de outras doenças. Valores considerados de obesidade mórbida são indicadores de riscos para a concorrência de doenças em maior incidência do que na população magra em geral.

Estas doenças são as do coração, como angina e enfarte do miocárdio, hipertensão arterial sistémica, além de diabetes mellitus (tipo ) , hiperlipemias (aumento do colesterol e de triglicerides), também conhecidas como “gorduras” aumentadas no sangue, aterosclerose, acidente vascular cerebral (derrames), varizes, flebites, tromboses venosas, embolia pulmonar, hemorróidas, doenças osteo-articulares, hérnias, apnéia do sono e muitas mais incluindo-se até o próprio cancro (mais comum no obeso mórbido do que nos pacientes de peso normal).

A obesidade mórbida pode matar. O obeso mórbido possui um risco de morrer dez vezes maior de que uma pessoa com peso normal e tem encurtado em 20% o tempo esperado de vida.

Pessoas portadoras de obesidade têm limitações de movimentos e ainda podem ser contaminados por fungos e outras infecções de pele provenientes das suas dobras de gordura. Além disso, podem ser atacadas por graves problemas de coluna e dos membros inferiores, que ficam sobrecarregados pelo excesso de peso e, a longo prazo, causam problemas nas articulações, nos joelhos e nos tornozelos.

CAUSAS DA OBESIDADE MÓRBIDA

São inúmeras as causas da obesidade e deve-se prestar atenção ao que se pode corrigir para evitar que o indivíduo continue obeso. Causas orgânicas como factores genéticos fazem com que a pessoa adquira a conformação corporal e peso semelhante aos demais membros da família. A possibilidade de nascer gordo ou tornar-se um deles aumenta se o nascimento ocorrer em família de obesos. Nos dias de hoje sabe-se que distúrbios de produção ou reaproveitamento de neurotransmissores podem acarretar alterações de apetite, fazendo com que a pessoa coma mais do que outra que não tenha tal defeito orgânico. Medicamentos específicos para estes distúrbios podem modificar o apetite, diminuindo a compulsão pelo comer.

Um dos distúrbios mais frequentes é o transtorno de compulsão periódica, também chamado de “Binge Eating”, traduzido por períodos compulsivos de comer até se sentir cheio e de forma incontrolável, resultando numa obesidade cada vez mais acentuada.

TRATAMENTOS

Quando se fala em tratamento de obesidade, independente do grau, não se pode deixar de levar em consideração a reeducação alimentar.

A inclusão ou aumento das actividades físicas, quando possíveis, também contribui muito, especialmente quando acompanhados por dietas. Seja qual for o tratamento, torna-se imperioso e indispensável o acompanhamento feito por clínicos (com uso de medicamentos específicos para diminuir o apetite, para corrigir a ansiedade, para combater a depressão e a compulsão), por endocrinologistas (para corrigir causas hormonais eventualmente presentes), por psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, especialistas em exercícios, nutricionistas (para orientar as dietas), enfim, por um grande número de profissionais de outras áreas.

Mesmo com todos os esforços de repetidos tratamentos feitos com muitos especialistas associados, há pacientes que muitas vezes perdem e ganham peso de forma repetida, sempre com saldo maior do peso inicial. A obesidade torna-se progressivamente de maior risco.

Cirurgia Bariátrica

Quando todas as possibilidades de tratamento já foram muitas vezes seguidas sem a obtenção dos resultados desejados, a melhor alternativa para um obeso mórbido é a Cirurgia Bariátrica (baros=peso).

É mais perigoso ser obeso mórbido do que ser submetido a tratamento cirúrgico desta obesidade. (Estes números que são estatisticamente significativos tornam estes obesos mórbidos candidatos a tratamento operatório. Quando se indica uma operação leva-se em conta este facto).

As operações são, actualmente, o único tratamento para a obesidade mórbida refractária aos tratamentos conservadores, mas é preciso levar em consideração que, por se tratar de um procedimento cirúrgico, existem riscos de complicações graves ou morte em torno de 1 a 1,5%, como se conclui, as consequências das operações, os riscos, os perigos de complicar ou de morrer são muito menores do que os riscos de continuar a ser obeso mórbido. Daí se indicarem as operações.

Porém, uma observação é importante nunca executar um procedimento de risco por razões estéticas. Por outro lado, não operar um obeso mórbido refractário a tratamento clínico é praticar uma omissão de socorro, é tornar-se conivente com a maior incidência de morte precoce, com sofrimento desnecessário por doenças associadas.

Após as operações, o paciente continua com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por cirurgiões, por clínicos, por nutricionistas (que orientarão as reposições de nutrientes, minerais, vitaminas), por psicólogos ou psiquiatras se necessário, por especialistas de exercício e finalmente, por cirurgiões plásticos, pois a sobra da pele e o que resta de importante perda de peso assim o exige. Não é cirurgia estética, é reparadora.

Doenças associadas desaparecerão ou ao menos ficarão facilmente controláveis. Assim sendo, cardiologistas, pneumologistas, gastroenterologistas, ortopedistas e outros serão companheiros de muitos pacientes por longos ou curtos períodos de tempo, dependendo das necessidades destes. É muito importante que o paciente entenda que o tratamento não acaba com a retirada de pontos. É uma parceira que é longa, porém, valiosa, uma vez que os produtos finais são a saúde e a felicidade do mesmo.

Tipos de Cirurgias

O tipo de intervenção realizado vai depender de cada caso (grau de obesidade, doenças associadas), lembrando que o tratamento cirúrgico apresenta riscos de mortalidade menor que 0,5%.
Os procedimentos que podem ser realizados são:

* Marca passo Gástrico
* Banda Gástrica Ajustável
* Gastroplastia em y de Roux
* Derivações Bileo Pancreáticas

Obesidade Infantil

A obesidade na criança é definida pela presença, na composição corporal, de um excesso de gordura em relação ao tecido magro. O grau de obesidade pode ser calculado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que relaciona o peso com a altura, utilizando a fórmula IMC = P/A2.

Na criança a composição corporal varia ao longo do tempo e também conforme o sexo. A quantidade de gordura aumenta no primeiro ano de vida, para depois diminuir, havendo de seguida um novo aumento chamado "ressalto de adiposidade" na idade pré-pubertária (mais precoce nas raparigas do que nos rapazes).

A obesidade na criança e, principalmente, no adolescente tem uma relação directa com a sua evolução para a obesidade na idade adulta (três em cada quatro adolescentes obesos tornam-se adultos obesos).

A obesidade no adulto resulta numa maior morbilidade (susceptibilidade a doença) e mortalidade ligada a doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo II, bem como na sobrecarga financeira do sistema de saúde (calcula-se que em França, na Holanda e nos EUA a obesidade acresce as contas de saúde em 2%, 4% e 6,8% respectivamente).

CAUSAS DA OBESIDADE INFANTIL

Nas crianças, como no adulto, a depositação de gordura no organismo deve-se a um desequilíbrio entre as calorias que se ingerem na alimentação e as que se gastam no dia-a-dia, principalmente através da actividade física.

Quando se ingerem mais calorias do que as que se gastam, há um aumento exagerado de peso que, a médio prazo, conduz à obesidade. O excesso de gordura resulta da oferta exagerada de alimentos muito calóricos, de alta palatibilidade e que geram pouca saciedade, como os refrigerantes, doces, chocolates, aperitivos e fast food.

OS REFRIGERANTES REPRESENTAM UMA IMPORTANTÍSSIMA FONTE DE CALORIAS ADICIONAIS E TEM CONTRIBUÍDO PARA A EPIDEMIA DA OBESIDADE.

A televisão está relacionada com o surto de obesidade. Este fenómeno acontece por três motivos:

  • Baixa actividade física (PAL inferior a 1,5) enquanto a criança vê televisão.
  • Consumo de alimentos (habitualmente snacks altamente calóricos ou refrigerantes) durante os períodos em que assistem aos programas de televisão.
  • As mensagens publicitárias destinada ao público infantil, desajustadas e encorajando o consumo de alimentos obesogénicos.

CURIOSIDADES:

Num estudo efectuado, constatou-se que nos três canais comerciais portugueses (RTP, SIC, TVI) durante os programas infantis e juvenis de maior audiência, 50% dos conteúdos publicitários durante a semana e 45% ao fim de semana, diziam respeito a produtos alimentares.

A análise desses produtos demonstrava a sua clara desadequação em relação as práticas dietéticas recomendadas: 72% continham excesso de açúcar e 11% excesso de gordura. O seu consumo unitário representaria, nas crianças de quatro a seis anos, um aporte entre 6 e 33% das necessidades de energia diárias.

Nas crianças de sete a nove anos, o aporte estaria entre 5 e 30% dessas necessidades.