quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Diabetes


A diabetes mellitus é um síndrome caracterizado por hiperglicémia crónica, ou seja, o nível de açúcar no sangue (glicemia) está aumentado para lá dos valores normais, devido a uma perturbação no funcionamento da hormona insulina.

A INSULINA

A identificação da insulina é, sem sombra de dúvida, uma das mais importantes descobertas da medicina moderna. Foi em 11 de Janeiro de 1922 que pela primeira vez um jovem diabético pôde ultrapassar o estado de coma graças à insulina. Desde então são incontáveis os doentes que a insulina salvou da morte.

A fórmula da insulina foi estabelecida em 1956 e a sua síntese química foi realizada em 1965 por equipas de investigadores americanos e chineses. A insulina que actualmente é utilizada no tratamento da diabetes é proveniente do pâncreas de boi ou de porco. Devemos lembrar que, desde 1978, se consegue, mediante certas manipulações genéticas, que determinados micróbios produzam insulina humana.
Cabe acrescentar, por último, que actualmente se tenta tratar a diabetes mediante a implantação cirúrgica de ilhéus de Langerhans.

Normalmente, o que a insulina faz é facilitar a entrada da glicose que está em circulação nas células que a vão utilizar na produção de energia para o seu funcionamento. Se a insulina não existe ou não funciona, a glicose mantém-se no sangue e dá hiperglicémia.
Esta perturbação tem 2 formas distintas e por isso há 2 tipos de diabetes: tipo I, que se chama vulgarmente diabetes insulino-dependentes e tipo II, que se chama vulgarmente diabetes não-insulino-dependentes.

TIPOS DE DIABETES

Na diabetes tipo I há uma falta de insulina, de forma que o funcionamento normal da insulina não acontece. A causa para a falta de insulina é uma lesão nas células do pâncreas que a produzem: as células b dos ilhéus de Langerhans. Geralmente, essa lesão dá-se, porque o sistema imunitário do indivíduo reage contra essas células, destruindo-as.

Na diabetes tipo II o que acontece é que as células não respondem ou respondem mal à insulina, diz-se que têm resistência à insulina. Geralmente existe uma predisposição genética para essa resistência (por isso é que é mais provável desenvolver diabetes se tiver um ou mais diabéticos na família). A obesidade é outro factor que facilita o desenvolvimento de resistência à insulina.

COMPLICAÇÕES

A glicose em excesso no sangue faz com que se formem agregados deste açúcar que são tóxicos para as células e faz com que as proteínas se liguem também a esses açúcares prejudicando o seu funcionamento normal. Assim, vão existir várias complicações a nível de vários órgãos, nomeadamente nos vasos e nos nervos.

O diabético tem alterações vasculares no rim, que podem levar a insuficiência renal, e na retina, que podem levar à cegueira, e tem tendência aumentada para a aterosclerose, ou seja, a doença dos vasos que faz com que eles fiquem mais estreitos e dá origem a enfartes de vários órgãos, desde o coração até ao cérebro (AVC isquémico).

O diabético tem também alterações dos nervos e deixa de sentir a maior parte das dores (pode não se aperceber que teve um enfarte do miocárdio, por exemplo). A complicação mais frequente desta alteração nervosa é o “pé-diabético”. O que acontece é que o diabético não sente os traumatismos no pé e pode andar com feridas enormes sem dar por isso. As feridas infectam e têm dificuldade em cicatrizar e muitas vezes é necessário proceder a amputações para que a infecção não chegue ao sangue (septicemia) e provoque a morte (por choque séptico).

Complicações crónicas

As complicações crónicas da diabetes mellitus são, em grande parte, evitadas ou atenuadas mediante um tratamento adequando da doença.

Complicações arteriais

O coração é o principal órgão lesionado e a obstrução de uma das suas artérias dá origem a um enfarte de miocárdio.

Microangiopatia diabética

Afecta os vasos de pequeno calibre e é responsável pelas lesões do rim e da retina, que costumam aparecer ao fim de 10 ou 15 anos depois do início do processo diabético.

A afecção do sistema nervoso

Conhecida como neuropatia diabética, um ou vários nervos poderão ser atacados, devido principalmente à falta de insulina que um nervo sofre e à acumulação de glicose, que chega a alterar a sua estrutura.

Complicações oculares

As duas complicações oculares que ameaçam o diabético, fora a lesão da retina, são a catarata, muito rara nos jovens, e o glaucoma.

Infecções

No diabético há uma diminuição das defesas naturais. As infecções mais frequentes são a urinária, a da pele e a tuberculosa.

TRATAMENTO:

A diabetes trata-se de 2 formas:

• Com anti diabéticos orais
• Com insulina injectável

Geralmente, os diabéticos tipo I têm pouca insulina e por isso têm de tomar insulina injectável desde muito novos, mas pode haver durante algum tempo insulina suficiente de forma que nessa altura ainda não são insulino-dependentes.

Os diabéticos tipo II costumam ter insulina suficiente, por isso não precisam de tomar insulina, mas ela não funciona, por isso, dão-se os anti diabéticos orais que o que fazem é facilitar a acção da insulina nas células. Mais tarde, o pâncreas destes diabéticos também pode começar a não funcionar bem e aí já é preciso dar insulina também e aí deixam de ser não-insulino-dependentes.

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