A obesidade mórbida é definida por um aumento de peso muito maior do que o normal e, de um modo geral, vem acompanhada de outras doenças. Valores considerados de obesidade mórbida são indicadores de riscos para a concorrência de doenças em maior incidência do que na população magra em geral.
Estas doenças são as do coração, como angina e enfarte do miocárdio, hipertensão arterial sistémica, além de diabetes mellitus (tipo ) , hiperlipemias (aumento do colesterol e de triglicerides), também conhecidas como “gorduras” aumentadas no sangue, aterosclerose, acidente vascular cerebral (derrames), varizes, flebites, tromboses venosas, embolia pulmonar, hemorróidas, doenças osteo-articulares, hérnias, apnéia do sono e muitas mais incluindo-se até o próprio cancro (mais comum no obeso mórbido do que nos pacientes de peso normal).
A obesidade mórbida pode matar. O obeso mórbido possui um risco de morrer dez vezes maior de que uma pessoa com peso normal e tem encurtado em 20% o tempo esperado de vida.
Pessoas portadoras de obesidade têm limitações de movimentos e ainda podem ser contaminados por fungos e outras infecções de pele provenientes das suas dobras de gordura. Além disso, podem ser atacadas por graves problemas de coluna e dos membros inferiores, que ficam sobrecarregados pelo excesso de peso e, a longo prazo, causam problemas nas articulações, nos joelhos e nos tornozelos.
CAUSAS DA OBESIDADE MÓRBIDA
São inúmeras as causas da obesidade e deve-se prestar atenção ao que se pode corrigir para evitar que o indivíduo continue obeso. Causas orgânicas como factores genéticos fazem com que a pessoa adquira a conformação corporal e peso semelhante aos demais membros da família. A possibilidade de nascer gordo ou tornar-se um deles aumenta se o nascimento ocorrer em família de obesos. Nos dias de hoje sabe-se que distúrbios de produção ou reaproveitamento de neurotransmissores podem acarretar alterações de apetite, fazendo com que a pessoa coma mais do que outra que não tenha tal defeito orgânico. Medicamentos específicos para estes distúrbios podem modificar o apetite, diminuindo a compulsão pelo comer.
Um dos distúrbios mais frequentes é o transtorno de compulsão periódica, também chamado de “Binge Eating”, traduzido por períodos compulsivos de comer até se sentir cheio e de forma incontrolável, resultando numa obesidade cada vez mais acentuada.
TRATAMENTOS
Quando se fala em tratamento de obesidade, independente do grau, não se pode deixar de levar em consideração a reeducação alimentar.
A inclusão ou aumento das actividades físicas, quando possíveis, também contribui muito, especialmente quando acompanhados por dietas. Seja qual for o tratamento, torna-se imperioso e indispensável o acompanhamento feito por clínicos (com uso de medicamentos específicos para diminuir o apetite, para corrigir a ansiedade, para combater a depressão e a compulsão), por endocrinologistas (para corrigir causas hormonais eventualmente presentes), por psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas, especialistas em exercícios, nutricionistas (para orientar as dietas), enfim, por um grande número de profissionais de outras áreas.
Mesmo com todos os esforços de repetidos tratamentos feitos com muitos especialistas associados, há pacientes que muitas vezes perdem e ganham peso de forma repetida, sempre com saldo maior do peso inicial. A obesidade torna-se progressivamente de maior risco.
Cirurgia Bariátrica
Quando todas as possibilidades de tratamento já foram muitas vezes seguidas sem a obtenção dos resultados desejados, a melhor alternativa para um obeso mórbido é a Cirurgia Bariátrica (baros=peso).
É mais perigoso ser obeso mórbido do que ser submetido a tratamento cirúrgico desta obesidade. (Estes números que são estatisticamente significativos tornam estes obesos mórbidos candidatos a tratamento operatório. Quando se indica uma operação leva-se em conta este facto).
As operações são, actualmente, o único tratamento para a obesidade mórbida refractária aos tratamentos conservadores, mas é preciso levar em consideração que, por se tratar de um procedimento cirúrgico, existem riscos de complicações graves ou morte em torno de 1 a 1,5%, como se conclui, as consequências das operações, os riscos, os perigos de complicar ou de morrer são muito menores do que os riscos de continuar a ser obeso mórbido. Daí se indicarem as operações.
Porém, uma observação é importante nunca executar um procedimento de risco por razões estéticas. Por outro lado, não operar um obeso mórbido refractário a tratamento clínico é praticar uma omissão de socorro, é tornar-se conivente com a maior incidência de morte precoce, com sofrimento desnecessário por doenças associadas.
Após as operações, o paciente continua com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por cirurgiões, por clínicos, por nutricionistas (que orientarão as reposições de nutrientes, minerais, vitaminas), por psicólogos ou psiquiatras se necessário, por especialistas de exercício e finalmente, por cirurgiões plásticos, pois a sobra da pele e o que resta de importante perda de peso assim o exige. Não é cirurgia estética, é reparadora.
Doenças associadas desaparecerão ou ao menos ficarão facilmente controláveis. Assim sendo, cardiologistas, pneumologistas, gastroenterologistas, ortopedistas e outros serão companheiros de muitos pacientes por longos ou curtos períodos de tempo, dependendo das necessidades destes. É muito importante que o paciente entenda que o tratamento não acaba com a retirada de pontos. É uma parceira que é longa, porém, valiosa, uma vez que os produtos finais são a saúde e a felicidade do mesmo.
Tipos de Cirurgias
O tipo de intervenção realizado vai depender de cada caso (grau de obesidade, doenças associadas), lembrando que o tratamento cirúrgico apresenta riscos de mortalidade menor que 0,5%.
Os procedimentos que podem ser realizados são:
* Marca passo Gástrico
* Banda Gástrica Ajustável
* Gastroplastia em y de Roux
* Derivações Bileo Pancreáticas
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Obesidade Mórbida
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