quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Obesidade Infantil

A obesidade na criança é definida pela presença, na composição corporal, de um excesso de gordura em relação ao tecido magro. O grau de obesidade pode ser calculado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que relaciona o peso com a altura, utilizando a fórmula IMC = P/A2.

Na criança a composição corporal varia ao longo do tempo e também conforme o sexo. A quantidade de gordura aumenta no primeiro ano de vida, para depois diminuir, havendo de seguida um novo aumento chamado "ressalto de adiposidade" na idade pré-pubertária (mais precoce nas raparigas do que nos rapazes).

A obesidade na criança e, principalmente, no adolescente tem uma relação directa com a sua evolução para a obesidade na idade adulta (três em cada quatro adolescentes obesos tornam-se adultos obesos).

A obesidade no adulto resulta numa maior morbilidade (susceptibilidade a doença) e mortalidade ligada a doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo II, bem como na sobrecarga financeira do sistema de saúde (calcula-se que em França, na Holanda e nos EUA a obesidade acresce as contas de saúde em 2%, 4% e 6,8% respectivamente).

CAUSAS DA OBESIDADE INFANTIL

Nas crianças, como no adulto, a depositação de gordura no organismo deve-se a um desequilíbrio entre as calorias que se ingerem na alimentação e as que se gastam no dia-a-dia, principalmente através da actividade física.

Quando se ingerem mais calorias do que as que se gastam, há um aumento exagerado de peso que, a médio prazo, conduz à obesidade. O excesso de gordura resulta da oferta exagerada de alimentos muito calóricos, de alta palatibilidade e que geram pouca saciedade, como os refrigerantes, doces, chocolates, aperitivos e fast food.

OS REFRIGERANTES REPRESENTAM UMA IMPORTANTÍSSIMA FONTE DE CALORIAS ADICIONAIS E TEM CONTRIBUÍDO PARA A EPIDEMIA DA OBESIDADE.

A televisão está relacionada com o surto de obesidade. Este fenómeno acontece por três motivos:

  • Baixa actividade física (PAL inferior a 1,5) enquanto a criança vê televisão.
  • Consumo de alimentos (habitualmente snacks altamente calóricos ou refrigerantes) durante os períodos em que assistem aos programas de televisão.
  • As mensagens publicitárias destinada ao público infantil, desajustadas e encorajando o consumo de alimentos obesogénicos.

CURIOSIDADES:

Num estudo efectuado, constatou-se que nos três canais comerciais portugueses (RTP, SIC, TVI) durante os programas infantis e juvenis de maior audiência, 50% dos conteúdos publicitários durante a semana e 45% ao fim de semana, diziam respeito a produtos alimentares.

A análise desses produtos demonstrava a sua clara desadequação em relação as práticas dietéticas recomendadas: 72% continham excesso de açúcar e 11% excesso de gordura. O seu consumo unitário representaria, nas crianças de quatro a seis anos, um aporte entre 6 e 33% das necessidades de energia diárias.

Nas crianças de sete a nove anos, o aporte estaria entre 5 e 30% dessas necessidades.

1 comentário:

Francisco Oliveira disse...

Actualmente nos países industrializados a obsidade infantil é um problema grave.Muito bom trabalho.